A Reforma Tributária mudará a forma como tributos são apurados e recolhidos no Brasil. A proposta altera regras de crédito, formas de cobrança e prevê instrumentos como o split payment, o que impacta diretamente na precificação, fluxo de caixa e conciliação bancária. É uma transformação grande, que mexe com processos, cultura e principalmente com a operação do seu sistema de gestão ERP.
Este artigo foi criado para ajudar você a entender o que precisa mudar na sua empresa e no seu sistema. Mesmo que você não use o software da LSoft, os pontos abaixo servem como uma auditoria ou checklist prático para evitar prejuízos, erros ou perda de competitividade.
A ideia aqui é simples: você lê cada tópico e identifica se já está preparado para ele. Se não estiver, já consegue ver o que precisa ajustar.
O que é a reforma tributaria?
A Reforma Tributária é uma mudança estrutural no sistema de impostos sobre consumo no Brasil. Ela substitui tributos atuais por novos impostos mais simples e tende a padronizar regras que hoje variam muito entre estados e municípios. A ideia é reduzir a complexidade, diminuir disputas fiscais e tornar o ambiente de negócios mais previsível. Na prática, ela muda como os impostos serão calculados, quando serão recolhidos e qual impacto cada operação irá gerar no caixa da empresa.
Ela existe porque o modelo atual é fragmentado, difícil de interpretar e cheio de exceções. Empresas de todos os portes lidam com regras diferentes para cada estado, tabelas que mudam com frequência e uma carga burocrática que aumenta o risco de erro. A unificação proposta busca simplificar essa dinâmica e aproximar o Brasil de modelos adotados em economias mais modernas, trazendo mais segurança jurídica e transparência.
O período de transição será gradual, começando a partir de 2026 e se estendendo até 2033, conforme a implementação das novas regras em diferentes setores. No ano que vem, as mudanças práticas começam a impactar inicialmente empresas enquadradas nos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real. Mas é fundamental iniciar a avaliação agora, pois transformações desse tipo demandam tempo. Reajustar processos, treinar a equipe e, sobretudo, alterar cadastros, desde classificação fiscal até regime tributário de cliente e fornecedor pode levar meses de preparação para que tudo funcione de forma alinhada quando as novas normas passarem a valer na prática.
Novos impostos (IBS e CBS) exigem reclassificação de todos os produtos
Com a reforma tributária, dois novos tributos entram em cena: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que substituem PIS, Cofins, ICMS e ISS em grande parte das operações.
Com o fim da tributação por etapas diferentes e a entrada do IBS e CBS, o fluxo financeiro muda. O imposto passa a seguir o fato gerador real da operação, e não mais uma combinação de regras estaduais e federais.
Isso afeta:
- Entrada e saída de créditos (principalmente para empresas do Lucro Real).
- Prazos de pagamento do imposto, que passam a ser mais uniformes.
- Necessidade de caixa para recompor margens, já que produtos com alíquotas maiores exigem revisão do preço antes da venda.
Empresas do Lucro Presumido também sentem impacto, mas de forma distinta: como não apuram crédito na mesma lógica do Lucro Real, precisam acompanhar variações por produto para manter a rentabilidade.
Essa mudança exige que todos os seus produtos sejam reavaliados: cada item do catálogo precisa receber uma nova classificação tributária e ter configurações corretas no cadastro dentro do sistema.
O que precisa acontecer no cadastro de produto
Para emitir documentos fiscais (como NF-e) corretamente com os novos tributos, o cadastro do produto no seu sistema de gestão ERP precisa ser mais completo e preciso. Aqui estão os principais campos e classificações que passam a ser necessários:
- cClassTrib (Código de Classificação Tributária)
- CST-IBS / CST-CBS (Código de Situação Tributária)
- Alíquotas
- NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul)
Como um sistema ERP pode ajudar nesse processo
Ter um sistema de gestão (ERP) bem configurado nessa nova realidade é essencial para garantir conformidade tributária e agilidade operacional. No LSoft Empresarial, esse processo de recadastramento tributário é facilitado:
- O sistema já permite classificar produtos por NCM de forma rápida, usando regras predefinidas ou tabelas importadas, acelerando muito a tarefa de reclassificação em massa.
- Além disso, ele sinaliza exceções tributárias: produtos que não são tributados integramente, por exemplo, que têm situação especial de crédito ou alíquota — aparecem para que você faça ajustes manuais com segurança.
- Com esses recursos, você minimiza o risco de erro, economiza tempo e garante que todas as suas mercadorias terão a classificação correta para emissão de nota fiscal no novo regime tributário.
Imposto pago na hora: o impacto do Split Payment
Será implementado o Split Payment, com ele parte do imposto passa a ser pago automaticamente no momento da venda. Ou seja, quando o cliente paga via boleto ou pix, o governo retém sua parcela imediatamente. Isso reduz o dinheiro que entra no caixa e muda toda a lógica de controle financeiro. Se antes a empresa recebia o valor cheio e recolhia o tributo depois, agora ela recebe menos e tem menos margem para organizar o fluxo.
Como isso afeta a gestão
Quem trabalha com fluxo financeiro apertado pode sentir o impacto rapidamente, já que parte do valor da venda não entra mais no caixa. E esse efeito é imediato: basta a operação ser registrada para que o split aconteça. O split torna o caixa mais apertado nas vendas a prazo e em operações de alta rotatividade. Também aumenta a necessidade de controle diário: é preciso saber quanto imposto foi retido, quanto de crédito será gerado e se essa conta fecha com o planejamento de compras. Empresas que vivem de margens curtas precisam acompanhar esses números para evitar comprometer capital de giro. Sem essa análise, o negócio pode ter lucro no papel e prejuízo na vida real.
Empresas do Lucro Real precisam de atenção redobrada, porque o impacto no fluxo pode alterar provisões e compromissos de curto prazo. No Lucro Presumido, a previsibilidade aumenta, mas o fluxo reduzido exige mais controle nas entradas e saídas. Em ambos os cenários, a gestão financeira precisa estar preparada para acompanhar esse movimento e ajustar políticas de prazo e condições de pagamento.
Créditos tributários: maior precisão, maior responsabilidade
A lógica de crédito e débito tributário se torna ainda mais relevante com a chegada do IBS e da CBS, pois cada compra e venda passa a influenciar diretamente o custo efetivo das operações. Quando a empresa compra de um fornecedor que não gera crédito, o valor pago vira custo integral sem compensações futuras. Isso altera a margem real, eleva o ponto de equilíbrio e exige maior atenção ao custo tributário embutido, conectando-se diretamente com a necessidade de reprecificação, projeção de margens futuras e análise financeira citadas anteriormente.
Em termos práticos, é essencial diferenciar preço (o que você paga) de custo (o preço ajustado pelos tributos recuperáveis ou não, fretes e encargos). Com a unificação dos impostos e o uso de crédito/débito, entender essa diferença passa a ser estratégico: duas compras com o mesmo preço podem ter custos totalmente distintos dependendo do crédito gerado impactando decisões de compra, formação de preço e competitividade
No Lucro Real, o efeito é ainda maior, porque créditos e débitos influenciam diretamente o imposto devido e o resultado contábil. Já no Lucro Presumido, apesar de menor sensibilidade, erros acumulados podem representar perdas consideráveis ao longo do ano. Em ambos os regimes, um cadastro errado hoje vira prejuízo amanhã.
Diferença entre preço e custo — e quando compro de empresa que não gera crédito
Quando você compra de um fornecedor que não gera crédito, seu custo efetivo pode subir muito, o preço deixa de ser o único fator de custo: é preciso considerar também impostos embutidos, fretes, encargos e outros tributos. Se o fornecedor não destaca ou paga IBS/CBS de forma que você consiga apropriar crédito, você acaba arcando com toda essa carga, elevando seu custo real e mexendo no break-even da sua operação. Para compensar, talvez seja necessário ajustar preços, margens e até repensar sua base de fornecedores.
Esse impacto é especialmente relevante para empresas no regime regular de apuração de IBS/CBS, porque elas têm direito à apropriação de crédito tributário nas aquisições. Segundo o PLP 68/2024, esses créditos só são permitidos se o imposto foi pago efetivamente e isso depende de nota fiscal fiscal correta e pagamento regular. Já no Simples Nacional, a lógica muda: se a empresa optante não escolher o regime regular para IBS/CBS, ela não poderá gerar crédito para seus clientes. Ou seja: se você vende para clientes que se creditam desses tributos, pode ter problemas de competitividade ou até perder parte das vendas importantes.
Por isso, uma gestão financeira e fiscal integrada no sistema de gestão ERP é fundamental. Um sistema bem estruturado permite registrar o custo real de cada compra com impostos, tributos e outras variáveis e simular o impacto sobre margem e precificação. Também é essencial que o sistema de gestão ERP verifique se os fornecedores estão no regime certo (regular ou Simples) e que suas notas permitam apropriação de crédito. Se tudo for bem monitorado, você evita pagar “imposto escondido” e mantém sua competitividade no novo ambiente tributário.
Se você não sabe precificar, vai perder dinheiro
A precificação muda porque o custo muda. Custos diretos, créditos permitidos, impostos aplicados e ajustes financeiros passam a compor o preço real do produto. Empresas acostumadas com mark-up fixo podem ter dificuldade se não entenderem como o imposto afeta cada item da tabela.
Se um fornecedor não gera crédito, o produto fica mais caro. Se um item gera crédito maior, ele pode ficar mais competitivo. Se a operação tem particularidades, como substituição tributária, benefícios regionais ou regras específicas, tudo isso precisa ser considerado no cálculo. E a equipe comercial precisa enxergar isso com clareza sem depender de “achismos”.
Fazer essa conta manualmente é demorado, aumenta custos e abre espaço para erro. Por isso, ter um sistema eficiente faz diferença no dia a dia. O LSoft SGC é um exemplo de como isso pode ser mais simples, nele você usa uma ferramenta prática para definir o preço certo: informa custos, impostos e despesas, e o sistema calcula sua margem real. Assim, você evita surpresas e garante que o imposto está compatível com o lucro de cada venda
Reprecificação dos produtos
Com a reforma, as alíquotas e a base de cálculo mudam. Isso significa que os preços atuais da sua empresa podem estar desatualizados. Produtos que hoje parecem lucrativos podem ficar no prejuízo, e itens pouco atrativos podem se tornar mais competitivos. Não é só sobre criar novos preços. É sobre revisar tudo o que já existe.
Se essa reprecificação for feita manualmente, item por item, o risco de erro é grande. Além disso, o processo fica lento e inconsistente. Esse é o momento ideal para revisar políticas comerciais, descontos e margens. A ideia é recalcular preços de forma individual ou em lote, considerando o novo custo tributário, o crédito disponível e o impacto no fluxo de caixa.
Com um sistema de gestão, esse ajuste deixa de ser um trabalho manual e passa a ser um processo automatizado. No LSoft SGC você conta com o recurso de Reajuste de Preços, que permite recalcular valores por produto, grupo, subgrupo, fornecedor ou linha, usando inclusive o novo custo atualizado. Isso traz precisão, velocidade e segurança para ajustar sua tabela inteira de forma correta.
Analisar o regime tributário do fornecedor e do cliente
O regime tributário de quem você compra e de quem você vende influencia diretamente o crédito tributário disponível, o custo real da mercadoria e a margem da operação. Fornecedores optantes pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real podem gerar cenários completamente diferentes, desde operações com crédito limitado até situações sem crédito algum. Isso faz com que o preço pago deixe de ser apenas valor de compra e se transforme no custo efetivo que realmente pesa no caixa.
O regime tributário define como cada empresa apura impostos, quais tributos são destacados, quais valores podem gerar crédito e até como as retenções e registros contábeis devem ser feitos. Entender isso antes de negociar é essencial para evitar margens negativas, distorções involuntárias e decisões equivocadas.
No LSoft SGC, essa análise fica mais simples porque o sistema possui campos específicos para registrar o regime tributário de clientes e fornecedores. Essas informações ficam disponíveis diretamente nas telas de compra, orçamento e negociação, permitindo identificar rapidamente se haverá crédito, qual será o impacto no custo e como isso afeta a precificação. Isso dá segurança e reduz riscos na formação de preços.
Conciliação bancária
Com o split payment, parte do valor da operação vai automaticamente para o governo no momento do pagamento, o que torna a conciliação bancária uma tarefa ainda mais crítica. O valor que realmente entra na conta pode ser menor do que o valor faturado, e diferenças pequenas acumuladas ao longo do mês geram distorções no caixa, dificultam o planejamento financeiro e aumentam riscos de inconsistências fiscais.
A conciliação bancária é a comparação entre os registros do sistema e os extratos bancários, garantindo que tudo esteja correto e que divergências sejam tratadas imediatamente. Com o novo modelo, qualquer diferença precisa ser identificada rapidamente para evitar problemas de apuração ou pagamentos indevidos.
O LSoft Empresarial já oferece conciliação bancária via arquivo OFX, permitindo importar dados diretamente do banco. Isso automatiza parte das conferências, reduz erros e torna o processo mais rápido e confiável.
Imposto sobre o lucro
As mudanças da Reforma Tributária no consumo afetam diretamente a margem real das operações. Isso significa que o lucro aparente apresentado no dia a dia pode não refletir o lucro tributável, que é a base para cálculo de IRPJ e CSLL. Se a empresa não acompanhar esse impacto, pode provisionar valores incorretos, comprometer o fluxo de caixa ou tomar decisões com base em números que não representam a realidade fiscal.
A tributação sobre o lucro considera o resultado líquido após ajustes fiscais. A forma como a empresa compra, vende e utiliza créditos tributários afeta esse resultado, principalmente no Lucro Real, onde o impacto é mais direto e sensível. No Lucro Presumido, apesar de haver maior previsibilidade, operações com margens apertadas podem se tornar inviáveis se esse acompanhamento não for rigoroso.
Um sistema como o LSoft SGC ajuda a acompanhar margens atualizadas, custos realistas e créditos disponíveis, além de apresentar indicadores que facilitam a tomada de decisão. Isso permite ajustar preços, revisar processos e planejar o caixa com muito mais precisão, especialmente em um cenário de regras novas.
Cobrança de imposto sobre juros
Com a Reforma Tributária, os juros cobrados em vendas parceladas e atrasos passam a ter tratamento fiscal mais específico. Parte desse valor pode ser tributada, o que reduz a rentabilidade das operações a prazo. Se a empresa não acompanhar isso de perto, políticas de parcelamento e negociações comerciais podem gerar margens menores do que o esperado.
Os juros deixam de ser apenas um acréscimo compensatório e passam a ter regras próprias dentro da reorganização de CBS e IBS. Isso exige separar com clareza o que é receita operacional e o que é receita financeira, garantindo que cada lançamento seja registrado corretamente no ERP. Na prática, isso significa que nem todo juro recebido é líquido; parte pode se transformar em imposto. Isso afeta diretamente o cálculo do lucro e exige atenção constante do financeiro.
A gestão financeira entra como peça-chave nesse processo. Ela indica quanto realmente entra no caixa após tributos, ajuda a revisar políticas de prazo e evita erros de classificação que podem gerar pagamento indevido de impostos. Para isso funcionar, o sistema de gestão ERP precisa registrar cada tipo de receita corretamente, e a empresa precisa acompanhar esses valores com disciplina para não perder dinheiro sem perceber.
Emissões erradas geram mais imposto
Com a Reforma Tributária, erros em NCM, CFOP, alíquotas ou natureza de operação trazem impacto maior do que no modelo atual. Uma classificação incorreta pode fazer a empresa pagar imposto acima do devido, perder créditos legítimos ou enfrentar divergências que travam operações no dia a dia. Negócios que lidam com grande volume de entradas e saídas são ainda mais afetados, porque erros pequenos se multiplicam e se tornam custos invisíveis que corroem a margem.
A emissão correta depende de elementos técnicos como código fiscal, classificação do produto, natureza da operação e alíquota adequada às novas regras. A Reforma aumenta a sensibilidade desses detalhes, porque CBS e IBS permitem ou negam créditos com base na classificação correta. Um NCM mal definido pode transformar uma venda lucrativa em prejuízo sem que o empresário perceba.
Para evitar esse tipo de problema, contar com um sistema de gestão ERP que apoie o processo é essencial. Validações automáticas, alertas de inconsistência e regras pré-configuradas reduzem o risco de erro humano e preservam o caixa. Quando o sistema identifica divergências antes da emissão, a empresa evita pagar imposto a mais e mantém conformidade com mais segurança.
Saber o preço real para vender e desenvolver a equipe comercial
Com a Reforma Tributária, saber o preço real para vender se torna uma competência obrigatória para a equipe comercial. Vendedores que antes trabalhavam apenas com tabela e desconto agora precisam considerar o impacto de tributos, créditos, split payment, custo efetivo do fornecedor e despesas financeiras. Sem essa visão, existe o risco de fechar negócios com margem negativa, algo que afeta diretamente o caixa e o posicionamento da empresa.
O preço real envolve custo direto, carga tributária, impacto do split, despesas financeiras e efeito do regime tributário do fornecedor. Isso exige mais preparo da equipe comercial, que nem sempre está acostumada a lidar com temas fiscais. A melhor forma de proteger a margem é oferecer simulações claras, informações confiáveis e ferramentas que mostrem o custo total de forma transparente.
A cultura da equipe está preparada?
A Reforma Tributária não altera apenas sistemas; ela altera a rotina e a cultura da empresa. Pessoas que não sabem usar as ferramentas corretamente ou não entendem o impacto das novas regras cometem erros de lançamento, emitem documentos incorretos e criam riscos de multa. Isso vale para todas as áreas, especialmente operações, fiscal, vendas e financeiro.
Desenvolver essa cultura exige rotinas bem definidas, revisão de responsabilidades, alinhamento de processos e clareza sobre a importância de registrar e conferir informações corretamente. A equipe precisa ter o hábito de validar notas, seguir checklists, revisar cadastros e usar o sistema de gestão ERP da forma certa. Isso demanda acompanhamento contínuo, repetição e constância. Não é algo que acontece em um único treinamento.
Outro ponto crítico é o tempo necessário para que a equipe mude de comportamento. Empresas que deixarem o treinamento para 2027 terão pouco tempo para amadurecer o novo modelo. Para que a operação esteja estável quando a reforma começar a valer, o ideal é iniciar agora, enquanto ainda existe espaço para testar, errar menos e ajustar processos com calma.
Planejamento da mudança e tempo necessário
Para que tudo funcione, a empresa precisa atuar com um único sistema integrado. Quando cada área usa ferramentas diferentes como planilhas paralelas, sistemas fiscais isolados ou ERPs desconectados, a informação fica fragmentada e o vendedor negocia sem dados completos. Um sistema único reúne preço correto, custo atualizado, tributação aplicada e margem real no mesmo ambiente. Isso evita erros operacionais e permite decisões mais seguras diante das novas regras.
A linha do tempo da Reforma Tributária reforça essa urgência. Em 2026 começam os testes, com exigência de sistema compatível e cadastros ajustados. Em 2027 inicia-se a apuração real, com impacto direto no caixa e no fluxo financeiro. Quem deixar para a última hora pode enfrentar rupturas operacionais, erros de cálculo e dificuldades para adaptar processos.
Planejar significa dividir a transição em etapas como diagnóstico, parametrização, revisão cadastral, testes, homologação e implantação. Cada fase deve ter responsáveis e prazos claros. Isso evita surpresas e permite priorizar os pontos que mais afetam margem e caixa. Sem esse mapa, a empresa corre o risco de implementar tudo às pressas, acumulando erros em um momento crítico.
Outro ponto importante é que um ano pode ser pouco para empresas que precisarem trocar de ERP, treinar equipes, ajustar processos, revisar fornecedores e redefinir rotinas fiscais. Como cada empresa já tem suas urgências diárias, encaixar essa mudança exige tempo e organização. Quanto antes o planejamento começar, maior a chance de chegar em 2027 com estabilidade e segurança.
Mini casos rápidos – exemplos práticos
Para facilitar o entendimento do que pode dar errado quando uma empresa não se prepara para atuar no novo modelo da Reforma Tributária, apresentamos abaixo alguns mini cases reais do dia a dia. Eles mostram, de forma prática, os impactos que a falta de treinamento, ajustes de cultura interna e preparação operacional podem causar.
Mini Case 1 — Madeireira: Classificação incorreta do produto
Uma madeireira não realiza o treinamento da equipe e mantém os cadastros antigos de produtos. Quando inicia a emissão no novo modelo, parte dos itens é classificada como “insumo básico” e outra parte como “bem industrializado”, gerando alíquotas diferentes mas sem critério técnico.
Resultado: diferença de imposto na apuração, inconsistências nas notas fiscais e risco de autuação devido a divergências entre o que é informado e o que deveria ser tributado. Além disso, o financeiro percebe só no fim do mês que pagou imposto a mais em algumas operações e a menos em outras, criando um passivo inesperado.
Mini Case 2 — Mecânica: Erros operacionais por falta de treinamento
Uma oficina mecânica continua usando práticas antigas: serviços lançados como produto, peças sem unidade de medida adequada e NF emitida sem verificar o enquadramento correto.
Com o novo modelo, onde classificação fiscal e processos precisam ser mais rigorosos, os erros triplicam.
Resultado: cancelamento constante de notas, retrabalho, atraso no atendimento ao cliente e risco de multas por emissão incorreta tudo porque a equipe não passou por treinamento e não se adaptou à nova cultura operacional exigida.
Mini Case 3 — Empresa de comércio varejista: Equipe comercial sem preparo
A área comercial continua negociando preços sem considerar o novo impacto tributário. Produtos com alíquotas maiores são vendidos com margem reduzida, e a empresa descobre apenas na apuração que determinados itens geram prejuízo devido ao imposto.
Resultado: queda nas margens, distorção no preço de venda e necessidade de revisão emergencial da política comercial. Algo que poderia ser previsto antes, caso a equipe estivesse alinhada com a nova lógica tributária.
Mini Case 4 — Distribuidora: Falta de processos internos estruturados
A empresa não cria checklists fiscais nem define novos responsáveis pelas rotinas. O contador orienta, mas o time interno não executa corretamente.
Notas entram no sistema com erros, conferência é feita de forma superficial e parte do crédito tributário deixa de ser aproveitado porque a equipe não registra as informações de forma padronizada.
Resultado: perda financeira direta, retrabalho do departamento fiscal e dificuldade para fechar o mês dentro dos prazos.
Checklist Final — Auditoria rápida do seu ERP
Preparamos um checklist objetivo para ajudar sua empresa a avaliar rapidamente se o seu sistema de gestão está realmente pronto para a Reforma Tributária. Ele reúne os pontos essenciais que precisam ser verificados como cadastros, regras fiscais, processos internos, preparo da equipe e compatibilidade do sistema de gestão ERP servindo como uma referência prática para identificar ajustes, reduzir riscos e garantir uma transição segura e organizada.
- Regras de tributação atualizadas por produto.
- Revisão de precificação em ambiente de teste.
- Simulações de margem de 6 a 12 meses.
- Conciliação bancária automatizada configurada.
- Testes de split payment em homologação.
- Treinamento por função com roteiros práticos.
- Revisão de contratos e registro de cláusulas fiscais.
- Política de fluxo de caixa atualizada.
- Planos de contingência para inconsistências.
- Diagnóstico com contador ou consultoria fiscal.
- Monitoramento contínuo de bases e NCMs.
- Plano de implantação dividido por fases.
Próximos passos recomendados
Após ler tudo isso voce deve estar se perguntando quais os proximos passos. Então preparamos um roteiro que possa seguir e ja começar a se preparar
- Reunião com seu contador para avaliação e planejamento.
- Verificar se o sistema de gestão ERP atual será compatível com a Reforma.
- Atualizar parametrizações fiscais e realizar simulações de preço.
- Rodar testes em ambiente de homologação com dados reais.
- Treinar equipes por função como financeiro, comercial e emissão.
- Revisar contratos com fornecedores e registrar cláusulas relevantes.
- Agendar auditoria contábil para identificar possíveis perdas de crédito.
- Criar reservas de capital de giro para os primeiros meses da transição.
Saiba mais — Leitura recomendada
Para aprofundar, consulte materiais de fontes oficiais e de entidades contábeis e de apoio a pequenas empresas. Esses conteúdos trazem orientações, guias práticos, perguntas e respostas.
- SEBRAE — Reforma Tributária: entenda como ela afeta o seu negócio. Sebrae
- SEBRAE — Ebook “Reforma Tributária: Pequenos Negócios” (guia prático). Sebrae
- Ministério da Fazenda — Portal da Reforma Tributária e documentos oficiais. Serviços e Informações do Brasil
- Perguntas e Respostas sobre a Reforma (PDF) — Ministério da Fazenda. Serviços e Informações do Brasil
- Fenacon — artigo sobre importância do contador e impactos operacionais. Fenacon
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