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Como Implantar um Sistema em uma Madeireira Sem Parar a Produção

Implantar um sistema de gestão em uma madeireira é uma necessidade cada vez mais urgente, em um setor que exige controle rigoroso de insumos, rastreamento de matéria-prima, cumprimento de normas ambientais e eficiência logística. Ainda assim, muitas empresas hesitam em dar esse passo por medo de interromper a produção e gerar prejuízos. A boa notícia é que esse tipo de transição pode ser feito de modo seguro e gradual, com bom planejamento, comunicação interna, e suporte técnico adequado.

Planejamento e diagnóstico inicial

O ponto de partida deve ser um diagnóstico profundo da operação atual. Isso inclui mapear o fluxo de entradas (tora, lâminas, insumos químicos, etc.), o processo de serragem, secagem, tratamento, classificação, estoque de produtos semiacabados e acabados, além da logística de saída. Esse mapeamento revela gargalos, perdas, retrabalhos e processos que precisam de atenção.

Paralelamente, é fundamental definir claramente os objetivos da implantação: reduzir perdas, ter rastreabilidade plena, integrar produção com controle financeiro e estoque, melhorar previsões, etc. Esses objetivos guiarão quais módulos do sistema terão prioridade. Em termos de inovação, o Sebrae chama atenção para o impacto positivo da inovação nos processos, não apenas em produto, ou seja, melhorias contínuas e introdução de novas práticas que aumentem produtividade. 

 Escolha do sistema adequado

A seleção da ferramenta tecnológica é outro ponto estratégico. Para madeireiras, um ERP (sistema de software) com módulos de produção e estoque pode ser a melhor escolha, já que possibilita a integração das etapas produtivas e administrativas. É importante avaliar sistemas que se adaptem ao porte da empresa e que ofereçam relatórios em tempo real, auxiliando gestores na tomada de decisão. O Sebrae reforça que a escolha deve levar em consideração não apenas o custo, mas também a capacidade de suporte, treinamento e escalabilidade da solução.

Implantação em fases (gradual)

Para não paralisar a produção, a implantação deve ser feita em etapas. Um caminho comum é:

  1. Módulos de estoque e compras: começar por controlar matéria-prima, insumos e entradas, para ajustar cadastros e parametrizações.
  2. Módulos de faturamento / vendas / financeiro: integrar vendas ao estoque, emissão de documentos e controle de contas.
  3. Módulo de produção / chão de fábrica: inserir os processos de produção, rastrear transformações e ajustes.
  4. Refinamentos e integrações específicas: relatórios, dashboards, interface com maquinário ou automações.

Essa estratégia permite que cada módulo entre em operação gradualmente, com ajustes e aprendizados, mas sem exigir que toda a empresa mude de uma vez só.

Envolvimento da equipe e capacitação

Um sistema só dá certo se quem vai usar souber operá-lo. Por isso, investir em treinamento, capacitação e constante comunicação é essencial. Envolver os operadores, supervisores e gestores desde o início, mostrar os benefícios, ouvir sugestões, permitir teste gera engajamento.

É natural ocorrerem resistências iniciais, principalmente quando se quebra “jeitos antigos de fazer”. Ter uma equipe de suporte interno (um responsável-chave), planejar rodízio entre módulos, formar superusuários e manter canais abertos de feedback são estratégias que ajudam a suavizar a transição.

Contingência e suporte técnico

Mesmo com todo planejamento, imprevistos acontecem, falhas no sistema, dificuldades de integração, ou tempo de adaptação maior em determinadas áreas. Para não parar a produção, é inteligente manter registros manuais provisórios durante fases críticas, garantir que o fornecedor do sistema ofereça suporte rápido e estar preparado para retroceder a um módulo anterior se necessário.

Monitoramento e melhoria contínua

Após colocar os módulos em produção, não basta “ligar e esquecer”. É essencial acompanhar os indicadores definidos no início (perdas, produtividade, tempos de ciclo, nível de estoque, retrabalho, etc.) e fazer reuniões periódicas de revisão. Ajustes na parametrização, melhorias de processos ou novos módulos devem ser pensados com base nos dados coletados.

Benefícios possíveis e vantagens competitivas

Quando bem implantado, o sistema proporciona:

  • redução de desperdícios e perdas, com rastreabilidade de cada lote de madeira
  • controle mais rigoroso de estoque e insumos
  • melhor integração entre produção, vendas e financeiro
  • emissão de documentos fiscais integrada (reduz falhas e retrabalhos)
  • acesso a indicadores em tempo real para tomada de decisão
  • maior agilidade e transparência operacional

Considerações finais

Implantar um sistema em uma madeireira sem parar a produção exige planejamento, divisão em etapas, comunicação e suporte constante. Com o diagnóstico correto, sistema adequado, envolvimento da equipe e monitoramento, a transição pode ser suave e entregar benefícios reais.

Na LSoft, nosso compromisso é guiar o cliente nesse caminho, fornecendo não apenas tecnologia, mas consultoria, treinamento e adaptações que respeitem o ritmo da produção. Com o cliente, estamos construindo uma operação mais eficiente, integrada e preparada para o futuro.

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Autores

  • Gerente Comercial da LSoft, com formação em Análise de Sistemas pela Universidade Federal de Viçosa e Psicanálise pela Sociedade Psicanalítica Summus. Atua há mais de 15 anos nas áreas de tecnologia, vendas e gestão de pessoas, sempre com foco em inovação e relacionamento humano. Nas horas vagas, é apaixonado por corrida, música, voluntariado e bons momentos com os amigos.

  • Hellen Souza

    Hellen tem 24 anos e está cursando o 9º período de Psicologia. Desde cedo, desenvolveu um grande interesse por leitura e escrita, que se tornaram não apenas hobbies, mas também ferramentas valiosas para sua formação acadêmica e pessoal. Movida pela curiosidade e pelo desejo de aprender, está sempre em busca de novos conhecimentos e experiências.